Cai a chuva
lá fora, na noite escura.
E eu, aqui, pensando,
procurando, esperando uma cura.
Uma cura para isso
que aflige a todos.
Esse mal chamado saudade
que rasga minh’alma aos poucos.
Saudades daquele olhar, daquela voz,
que me acalma e me fascina.
Voz e olhos insubstituíveis,
são aqueles, os da minha menina.
Aquela a quem eu amo,
mas que por motivo foi-se,
e me deixou na solidão.
Esta vida está escura, parece a noite.
E, do mesmo modo, lá fora na noite,
a chuva ainda está a cair.
Mas acho que já posso matar a saudade.
Para sonhar, agora vou dormir.